A vida que pedi

Volta e meia me pego pensando na falta que me faz aquelas nossas conversas de madrugada sobre o futuro do país, sobre nossas inseguranças e aquele resumão completo da semana para não deixar nada passar em branco.

Sinto falta das nossas festas inesquecíveis e infindáveis, daquela sempre maravilhosa alegria de fazer o novo e de, sei lá, matar o tempo antes que ele nos matasse, como se fosse possível.

Bem sei que as pessoas vão e vem em nossas vidas e não há mal algum nisso, é sempre bom saber que mesmo que as coisas mudem, o sentimento fica. Ficam as lembranças, aquela saudade saudosista de um tempo bom que passou, mas a falta que você faz, essa nem sempre consigo suprir.

Tento me apegar a coisas que estão sendo boas hoje, as novas amizades que fiz depois que nos afastamos, as referências que ainda dou sobre você, porque você ainda é a minha referência mais viva, a permanência mais latente da minha memória. Você me ajudou a ser forte, a ser a pessoa que sou quando ninguém está olhando. Foi quem por diversas vezes não deixou meu brilho se apagar. De todas as lembranças que carrego comigo, as mais vivas são de quando você suportou minhas crises do meu lado, sem nem titubear.

Também acompanho sua vida, quilômetros de distância ou quilômetros de impedimentos não me afastaram de saber se você está bem e cada vez que vejo seu sorriso em uma foto, suas palavras sendo proferidas a alguém que não sou eu, penso que esta deve ser a pessoa mais feliz do mundo, como eu já fui um dia.

Não foi o tempo, não foi a distância, não foram outras pessoas entre eu e você, foi a vida que escolhemos e dessa implacável consciência não podemos fugir, apesar de tentarmos, são os caminhos que escolhemos que fazem companhia enquanto seguimos em frente.

Dias desses quando nos encontrarmos, quero me lembrar de dizer o quanto amo e o quanto você me faz falta, mesmo que isso não seja necessariamente dizer que seguiremos lado a lado, como éramos quando juramos nossa amizade eterna furando o dedo e esfregando o sangue em nossas mãos. Quando nos abraçávamos cantando músicas bregas, íamos a shows muito louco de rock’n’roll, quando riamos nas festas com aqueles sons nem tão roll assim e chorávamos nossas mágoas e brindávamos nossas conquistas.

Essa falta, essa maldita falta, é o que mais tenho orgulho de ter, porque tudo isso faz parte da minha vida e essa história só existe por causa de você.
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Ps.: Dedico esse textos a todos os meus amigos, amigas, melhores amigos e amigas que por uma escolha ou outra acabei conquistandopor aí.

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Que amor é esse?

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Tudo que vem rápido, vai rápido, dizia o meu pai. Mas algumas coisas por mais avassaladoras que sejam, demoram a passar.

Já não posso mais contar quantas vezes suspirei achando que a vida levaria alguma dor rápido, só por saber que ela dói.

Não sei se é por ter passado os últimos dias assistindo todas as comédias românticas disponíveis, se é por ter me arriscado mais uma vez.

Mas tenho acreditado bem menos nessa vertente chamada amor.

Nesse sorriso descompassado, nessa vontade imensa de ter o sentimento retribuído.

Que amor é esse que faz você se sentir mais perdido do que amado, que não passa nem pelo outono, quem dirá ser capaz de brindar o temido inverno?

Não é amor quando o medo recobre as ações, quando a ausência se torna presente e quando seu sorriso já não aparece mais.

Amor mesmo, desses que fazem a vida valer a pena está demorando a surgir, enquanto espero, acumulo expectativas, lembranças e uma súbita esperança de poder sentir.

E se for pela espera, tende a demorar a passar. Tende a nunca deixar de ser.

Frio que te quero bem

Estava começando a esfriar, já não lembrava mais como era sentir o vento passar pela pele e arrepiar, de sentir os dedos e o nariz gelados, de se encolher e virar um bolo de gente só para ver se o corpo consegue se aquecer, ao menos parar de tremer.

Tinha esquecido dos desejos que o frio carrega, o aconchego, o abraço quente, as roupas elegantes, aquele jeito de dia gelado do inverno. Aquela vontade inesperada de ter momentos introspectivos, de sentir a vida passar.

Olhar para dentro é uma daquelas tarefas que ninguém gosta de fazer, todo mundo gosta de opinar e que no fim, mesmo sendo importante, só serve para colocar os eixos no lugar.

Vivia ali, prestes a tomar uma decisão importante, mais relevante que a última decisão que ocasionou a compra de uma bicicleta, um momento em que a única coisa que de fato eu precisava, era ter a cabeça no lugar.

Mas cabeça no lugar nunca foi meu forte. Forte mesmo sempre foi agir pelo impulso, pelo que o sentimento dizia e a cabeça entendia. É por isso que volta e meia tudo passava a mudar. Dia ou outro o rumo se perdia e o prumo indicava outra direção.

Deve ser o motivo que o vento frio do inverno faz tanta presença, devem ser as lembranças, o saudosismo ao relembrar as coisas boas da busca para se aquecer. As recordações que, a cada arrepio, faz lembrar o rosto, seus abraços, os dias aquecidos em você que vez ou outra passam pela cabeça, embalados pelo vento, pelo que ainda tem no peito, pelo que não posso e, mesmo que o vento quisesse, não consigo esquecer.

~Brunna Paese~

 

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Cuidarei de você pelo resto da minha vida.

Imagine conhecer alguém e essa pessoa em poucos instantes se apaixonar e resolver prometer cuidar de você para o resto da vida.

O encontro aconteceu, foi há 60 anos em uma festa. Em dias como hoje, a dúvida e o deboche seriam parte dessa história, mas não são, apenas o companherismo e o amor.

Ed Hale, 83 anos. conheceu sua mulher, Floreen Hale, 82 anos, em 1952, numa festa. O dia que os uniu tinha um pesar, era a primera vez que Floreen saia após ter perdido o marido em um acidente de carro, estavam casados há 6 meses.

Ed a prometeu amor e zê-lo eterno e cumpriu até os últimos segundos de vida.

Por descaminhos da vida, Ed, por pouco não conseguiu cumprir sua promessa. No início de Janeiro, foi hospitalizado com um problema grave na perna. Por saber de seu estado, Ed quis a presença de sua mulher, mas ele não sabia, ela também havio sido hospitalizada decorrente a um problema no coração, em estado grave, foi internada em outro hospital.

Inconformado com a situação Ed pediu para vê-la. Poderia ser o seu último pedido. E foi assim que o hospital em que Ed se encontrava autorizou a transferência em caso de melhora no quadro de saúde do paciente.

Dois dias foi o tempo que separou Ed de Floreen.

Os dois foram colocados lado a lado em suas camas, Floreen pensava que seu marido já havia morrido, o que a deixou confusa no começo.

De mãos dadas, Ed e Floreen trocaram juras de amor, permaneceram unidos, até que minutos depois, Floreen faleceu.

A promessa havia sido cumprida, 60 anos ao lado daquela que tinha prometido amor eterno. Mas parece que a promessa não bastou ao Ed, depois da morte da esposa, o estado de saúde piorou e, 36 horas depois, veio a falecer.

Ed e Floreen foram enterrados juntos no dia 13 de Fevereiro em Nova York.

Imagem de arquivo do casamento de Ed e Floreen Hale (Foto: Orleans Hub)

Imagem de arquivo do casamento de Ed e Floreen Hale (Foto: Orleans Hub)

Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/02/apos-60-anos-juntos-casal-morre-de-maos-dadas-com-horas-de-diferenca.html